por Lígia Velozo Crispino

 

Esperar

Sem saber o que estou vivendo

Sem saber por que

o que estou esperando

É isso mesmo?

Respeitar a finitude

Respeitar a mim mesma

Agora eu vejo

O vento veio sorrateiro

E foi ficando cada vez mais forte

Causou, revirou e espalhou

A vida pelo chão

O que fazer com as folhas caídas?

Não há mais como voltar ao que era

O cenário já não é mais o mesmo

Eu não sou mais a mesma

A presença do vazio

As ausências que

jamais serão preenchidas

O corpo traz a história

As lembranças

A beleza transmutada.

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