de Emanuelle Goés
O nosso encontro, abrindo portas e janelas, vinhos à mesa, chá em forma de flor
O nosso encontro, abrindo portas e janelas, chegando junto a primavera
Historias suas tão minhas, racismo que modela as nossas vidas
Experiências contadas por você ou por mim
São déjà-vu de nós
O nosso encontro
Exumando corpos que nunca foram nossos
Expurgando histórias de negação como uma sangria
Que comece a cura
A partir de agora as nossas histórias são rememoradas pelo nossos corações
Lembranças nossas, em todos tempos, mãe-filha, irmã-irmã
Mais que um déjà-vu, são conexões marítimas
Os nossos laços não foram rompidos no Atlântico
Os nossos laços foram conectados no Atlântico
Digo água
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Emanuelle Goés
Brasileira, iniciante em escritas literárias, feminista negra, pesquisadora, enfermeira, doutoranda em Saúde Pública, blogueira. Pesquisa saúde das mulheres negras com o foco na Intersecção do racismo e do sexismo e os impactos na Saúde.
As madrugadas me inspiram tal como a lua cheia. Escrevo poesia para desaguar, mas os números são meus aliados.