por Berta Nalùa

Mulheres cetáceas de cabelos prateados,

bússolas de sabedorias, espelhos de tenrura,

faróis que medram nas resistências em épocas cheias de névoas

 

Antergas mapamundis com petróglifos de enrugas debuxados na pele,

sereias tatuadas c’os raios das trovoadas

amazonas sem horizontes procurando companheiras que sintam o que é de todas e nom dumhas poucas

debulham dores em faiscas para ser apoio, fazer cantigas e dar menzinhas

 

Avozinhas de Sóis e Luas que nos guiam polos imensos e escuros oceanos da vida como estrelas que há que saber olhar e sobretudo escuitar, como as caracolas ao mar

 

Mulheres de maos lentas que sementam estrelas na eternidade,

aprendendo das baleias a nadar selvagens, bailando polos céus de ultramar

sem necessidade de subir a barcos para navegar

 

Avoas candorcas espreitadas pola morte, esquecidas nas areias da soidade por umha humanidade que deixou de saber ser nós

 

Avoas,

mares de árdoras celestes,

lumínicas alouminhadoras,

vaga-lumes que sobrevoam as nuvens e desenham novos céus em que nenhuma fique atrás

sem vós nom seremos porque murcham as memórias, os faróis ficam assolagados e as bússolas que orientam os povos co’as luzes das noites, deixarám de funcionar.

 

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Berta Nalùa

Som unha persoa sentipensante que latexa forte e con arte!! Dende que me lembro sempre estou a crear, fagoo para traducir os meus latexos e fiar os meus pensamentos, as veces en forma de poesìas, outras en formas màis gràficas ou de collage, outras de xeito audiovisual, ate as veces è o meu corpo o que decide crear e expresar a travès de danzas…. suponho que para min as artes son linguaxes màxicos que me conectan co de dentro e co de fòra, que me fan navegar coma un barco por todolos sentimentos e chegar a ceos nos que ver e facer màis alà de min e xerar luces que rachen as escuridades patriarcais e que aloumiñen todas as dores que producen.

 

Agora, tanto de xeito persoal como na iniciativa ecofeminista de @colectivoloairas que fundei xa hà uns anos, estou inmersa en proxectos e procesos donde combino as artes cos ecofeminismos, usàndoos como fìos que nos tecen en interdependencia e ecodependencia, tentando cultivar e colorear comunidades biodiversas e biocèntricas que saiban coidar as redes da vida, sen deixar a ninguen nos marxes, sabendose parte e non centro e sustituindo a creaciòn pola destrucciòn que impera.

@berta.nalua.art  https://bertanalua.wixsite.com/arte

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