por Pablo Andrade e Mariola Mourelo
“The wilds is one of the great romantic ideals of our time; most of us crave some sort of hint of it. In our world, where bundled derivative trading based on high risk mortgages can throw millions out of work and home and into despair we crave the romantic idea like a drug. Modern life can be depressing, difficult and damaging. These romantic ideals plague us, which of us, in some dark moment, has not dreamed of the wild?”
“Chasing the Wild” do blogue SomParis
Sete Outeiros é um projeto que iniciou em 2011 como umha fugida da vida citadina londrinense e asfixiantemente capitalista na procura de um rural oxalá ainda selvagem. Hoje, a piques de abrir como refúgio especialmente para pessoas trans e queer falamos com a Xácia Ceive, nascida em Oklahoma, nos Estados Unidos, que está à frente do mesmo.
Mariola: Xácia, que nome mais bonito.
Sim, escolhim-no eu. (risas). Sempre estivem atraída por este nome. E sabes o que é? É um tipo de sereia que vive só no Minho e no Sil, eiqui. As Xácias. E nom o pensei muito, mas depois de escolhê-lo aprendim que muitas mulheres, especialmente nenas trans, sentem-se atraídas polas sereias como imagens de beleza que nom têm genitais. E nom é umha cousa muito consciente, sabes? É muito subconsciente, porque eu nom pensei nessas cousas, mas estam aí.
Pablo: Quais som as condições para vir cá ao refúgio?
Pois bem, nom som muitas. Abrimos em junho. Agora nom está aberto. Mas se vêm nessa época podem vir um fim de semana ou até duas semanas normalmente. Nom tem custos nem nada, é tudo gratuito. Queremos proporcionar oportunidades para aprender cousas. Por exemplo, eu ensino um pouco de carpintaria, de madeira, e Alix, este amigue pode fazer treinamento pessoal, especificamente, mas nom excluinte, para pessoas trans, nom? E ioga tamém. E, pois, pouco a pouco queremos engadir a oportunidade de fazer mais cousas, aprendizagens… mas claro é um espaço para aproveitar na maneira em que precise essa pessoa. Nós temos acesso aqui a muita caminhada, a muita natureza, a muita soidade se é o que queres… falamos um pouco antes e já está. Normalmente trabalhamos um pouco pola manhá, temos projetos de bioconstruçom, mas nom é absolutamente necessário, depende das pessoas, depende do que podam fazer.
P: E a gente vem mais para resolver problemas ou questões pessoais pola sua identidade, mais polo tema de ecologismo, bioconstruçom… ou umha mistura de ambas as cousas?
É umha boa pergunta. Acho que os elementos da bioconstruçom, permacultura, do estilo de vida nom som o foco consciente do projeto, ok? Som como umha base de vida, aceitamo-lo como o normal eiqui, claro, se há alguém que tem interesse particular nestas cousas pois veem que há recursos para o fazer. Logo imos ver a biblioteca onde há bastantes recursos e livros, e tamém há cousas práticas que podemos fazer… mas isso é como a arquitetura do espaço, nom? Nom estudamos sempre a arquitetura, tamém vivemos nas casas. A intençom do projeto é proporcionar um espaço em que as pessoas podam fazer dependendo do que realmente precisem em cada momento. Claro, se alguém quer um espaço fora da sociedade, livre das olhadas, pra experimentar, pra falar, pra ter um pouquinho de comunidade, cómodo, em que podemos experimentar e tal, pois bem, exatamente é o que eu quero.
P: E começa em junho e quando remata?
Remata em setembro. Oficialmente. Se a pessoa quer vir agora também pode, depende. Este mês estou trabalhando muito, mas bom, podemos ter alguém.
P: Tés várias plataformas na web: a que fala do projeto, o teu blogue pessoal… mas realmente conhecemos-te por acaso no Agrocuir 2018. É por medo a crescer? Se chegam aqui 100 pessoas talvez nom o podas gerir…
Exato. Temos praças limitadas. De momento está bem. Queremos visibilidade numhas áreas em particular, mais visibilidade aqui em Galiza e tamém ser um recurso mais visível para pessoas que se quadra gostariam de estar na natureza, mas nom têm acesso a esta informaçom, pola sua situaçom económica, comunal… falo tamém em particular de coletivos mais marginalizados, porque sei que é complicado chegar a um projeto assim. O que temos agora som pessoas que já têm em plano, umha ideia de viajar e visitar projetos. O que eu gostaria de tentar é chegar às pessoas que precisam do espaço mas nom sabem que podem.
P: Até que ponto queres que se divulgue o projeto, porque o sítio é como mui micro, para pouca gente…
É mui íntimo, mui tranquilo, é verdade.
P: E nom queres que seja um espaço invadido…
Nom imos montar Agrocuir aqui, eh! (Risas)
M: Nom podes.
Nom podemos, nom queremos.
P: E como foi o Agrocuir? Que che parece a ti esse espaço mais virado para o LGTB?
Sim, fum este ano e tamém o anterior. A primeira vez por curiosidade, a segunda porque desfrutei muito a primeira, e claro a mim parecia-me umha boa oportunidade para difundir a informaçom do projeto. Mas agora entendo que tenho de esclarecer um pouco a propaganda de Sete Outeiros: o que podes fazer, que tipo de visita e tal. Se fago a mesma cousa no Agrocuir, vou retocá-lo um pouco.
P: Entom é um projeto pequeno para fazer cousas pequenas, dentro dumhas minorias…
M: E com um cuidado
Com um cuidado e com o tema da natureza por meio, o tema da orientaçom sexual…
P: E como encontraches este sítio?
Oh, bom, foi um processo bastante aleatório. Estávamos buscando terra…
P: Na Galiza? Ou nom?
Na Galiza, nas Astúrias e no norte de Portugal.
P: Ou seja, todo o Norte que é como mui verde.
Exatamente, na zona verde pra cultivar.
P: E chegastes aqui?
Sim, por acaso. Estávamos com um agente imobiliário buscando algumhas casas em aldeias, zona rural… mas cada vez reagíamos da mesma maneira dizendo: puff há muitas mais casas no arredor, nom? Claro porque ele o que nos mostrava era em aldeias e isto nom o é. Por fim a pessoa, o tipo, reparou no que queríamos e trouxo-nos eiqui. Este é um lugar com umha história, lá abaixo está a casa que era umha capela e tudo era propriedade de um ex-religioso que se tornou anarquista. Ele deixou-lho a umha namorada que teve e ela vendeu-o a nós.
P: Entom o terreio é propriedade vossa, ou tua?
Sim, é comprado.
P: Como se financia o projeto?
Bom, nós tínhamos um dinheiro que utilizamos principalmente no início para o terreio e os trabalhos de acondicionamento. Agora, principalmente som doaçons que recebe o projeto através da plataforma Patreon. Tu escreves sobre o teu projeto, sobes um vídeo e as pessoas podem ver em que consiste. Se concordam com ele podem apoiá-lo economicamente fazendo umha doaçom pequena mas contínua, cada mês. Se consegues muitas ou suficientes doaçons pequenas isso permite que podas ter dinheiro cada mês para os gastos do dia a dia.
P: E as doaçons de onde som?
A verdade é que até agora a maior parte das doaçons som das minhes amigues de Londres. Algumhes visitantes do ano passado converteram-se em patrocinadores. Bem, imos já com 200 dólares ao mês. Metade disso é minha irmãe. Irmãe é entre irmã e irmão.
P: A tua irmãe é género fluido? Nom trans mas género fluido?
A minha irmãe nom é trans é género nom-binário. E que em inglês tenho a palavra “siblings”, que é neutro, mas que podo fazer em galego?
P: Podes utilizar o “e”, está bem.
Mas ninguém vai entender.
M: É que em galego… nom há similar com “siblings” conjunto neutro … é como crianças…
Sim, claro como crianças.
P: E se vinhesse o alcalde e te dixesse que te dá ajudas para o projeto, que dirias?
M: Primeiro “fliparia”. (risas)
É que gosto muito da parte selvagem do projeto. Se podemos continuar sem precisar de muitos cartos… Provavelmente sem atrair muito a atençom, tamém, tem vantagens. O acesso por exemplo, eu nom quero um acesso melhor. Já tenho caçadores de mais, no inverno… e nom quero muito mais. Tés que trabalhar um pouco pra chegar, nom? E para as pessoas que quero que estejam tenho um 4×4.
M: E tendes relaçom com a gente da aldeia da cima?
Sim, som mui boa gente. Estou encantadíssima. Antes de começar a transicionar vivemos eiqui como umha parelha de homens. E eles nom tiverom problema nenhum. E agora tamém que eu comecei transicionando… ainda tenho um pouco de timidez e nom falei com todo o mundo. Mas as pessoas com que falei tudo bem. É umha aldeia mui especial, penso. Nom há tanta gente perto. Dez mais ou menos. De setenta, oitenta anos de idade… No verão muito mais. Vêm os migrados de Barcelona, de Madrid…
M: Tés algumha ajuda ou alguém com quem falas… um apoio.
A que parte te referes? No tema da transiçom? Ah, sim, há rede de pessoas na Galiza, nom? Tenho amigues…
P: E como vês o tema trans, o tema do género como umha questom política, biológica… tés a nível político algum posicionamento com respeito a isto?
Sim, vaia, (risas) é umha pergunta mui grande. E que vai ter muitos eidos. Claro que naturalmente vai ter um eido mui grande político. É umha questom política, nom o podes evitar… nom sei por onde começar…
P: Há gente que só pensa a sua transiçom como algo que fai parte da biologia, e depois há gente que pensa em eliminar os papéis de género porque som parte dum sistema político, igual que o é ser heterossexual ou cis-heterossexual… e isto nom é pola natureza, isto é porque há um regime político que leva muitos séculos aí… tu tés um posicionamento político neste tema ou de momento nom te interessa e estás mais numha fase pessoal? Tampouco é que leves muito tempo com a tua transiçom…
Está bem. É que o projeto é um espaço acolhedor para umha diversidade de pessoas. Só tivemos um ano, nom? Mas no ano passado houvo muitas pessoas nom-binárias por exemplo. Mas claro há diversidade do que nós temos que fazer com o género. Há o abolicionismo (de género) e gente que nom está de acordo com isso tamém. Entom, e agora estou a responder polo projeto, o espaço nom tem um posicionamento, é um espaço para as pessoas que estam num caminho de género… e é um espaço neutral. Eu pessoalmente, das pessoas trans que conheço, a minha opiniom é que nom entendemos bem porque somos, mas com certeza somos, nom? Ao longo da história, em todas as culturas, há pessoas trans. E ainda se nom entendemos exatamente o porquê, é umha realidade. E claro, a ciência está intentando encontrar um pouco mais os porquês, há pessoas que estam a favor, há pessoas que estam contra esta linha de investigaçom…
P: É verdade, para a homossexualidade tamém se fijo o mesmo. E isso nom tem acabado com a discriminaçom… encontrar as causas de algo que nom tem muito sentido tampouco. Para que queres encontrar as causas? Para discriminar-me mais? Para dizer o que é normal e o que nom?
Certo. Para inventar umha prova… ou para curar.
P: Se o meu cérebro é diferente ao do resto…
Já. Mas bem, ao mesmo tempo tamém pode ter fruito interessante a investigaçom. No nível pessoal, nom tem a ver com o projeto, eu nom estou a favor dum abolicionismo mui estrito. Porque há pessoas às quais o género importa muito e há outras pessoas a que nom, que nom o entendem e preferem viver num mundo sem género. Mas acho que nom é muito bom neste momento, na cultura em que vivemos, que as pessoas abolicionistas imponham um abolicionismo por cima dum tema mui complicado. É que há muitas pessoas que nom querem abandonar a sua identidade de género. E o seu entendimento de género.
P: Ok. Vou fazer de advogado do demo (risas). Entom, por esse razoamento vamos seguir com o “a” e o “o”, e o “e” o deixamos apartado, porque este fai parte do abolicionismo. Fai parte de querer romper os géneros, de dizer que além de feminino e masculino há toda esta diversidade de identidades, de gente e de pessoas. Eu podo dizer que agora nom encontro que seja o momento do abolicionismo, mas por outro lado a linguagem mais inclusiva está-se a utilizar agora. O “e”, para incluir a gente que nom se sente nem homem nem mulher, entom nesse tema o abolicionismo está a ganhar espaço, o abolicionismo de género, quero dizer.
Sim, estou totalmente a favor de romper um bigenerismo. Quando falo de deixar o sistema complicado de género nom falo do sistema tradicional. Penso que romper o sistema tradicional está mui bem, estou totalmente de acordo mas nom implica umha aboliçom total.
P: Ok. Entendim perfeitamente.
M: Estamos num momento em que se estam a atacar esses lugares que nom som integradores, como que todo tem de ser para todxs. Tu podes-me corrigir, mas pode passar-me algo concreto a mim como feminista, como mulher, como o que está a passar dentro de ti, e precisas desse espaço de cuidados específicos, entom como valorizá-los tamém.
De acordo, sim, mas falando do tema de feminismo tamém.
M: O feminismo ataca. (risos)
Nom, nom, ao contrário. Eu reparei no decorrer do ano passado que um projeto de ativismo LGTB nom é sam se nom está ligado com um projeto feminista, com umha linha feminista. E ao contrário tamém. Que nom é um bom feminismo, sem transfeminismo, etc.
M: Sim, totalmente.
Mas sim, é umha parte do projeto que tenho de afinar um pouco, a parte feminista. Isso. Ponto.
M: E do movimento feminista, conheces ou falache com gente…
Sim, é que a maioria das minhes amigues aqui perto som mulheres cis metides mais umhes que outres no feminismo. Entom sim que sinto que tenho umha ligaçom, mas poderia medrar muito.
M: Tamém é verdade que pode medrar sempre e quando houver gente trans que esteja tamém no movimento, nom? Porque às vezes é difícil que mulheres cis entendam…
Nom, é certo e é algo que me está a passar a mim justo agora. Estivem a ter um mês um pouco difícil por uns temas… puff… aleatórios, mas tamém infelizmente polo 8M, porque reparei em que eu como umha pessoa trans, tenho o meu projeto, estou a fazer o que podo fazer, mas nom me sinto mui forte, sabes? pra fazer frente a todo o mundo, e todos os problemas do mundo. Entom eu queria no 8M ser umha mulher mais. Nom estar mui em frente, nom fazer do transativismo, nom? Mas eu reparei que nom é possível. Porque claro sofrim incomodidade… num momento estava arrodeada poles minhes amigues a sentir umha força brutal, fantástico, nom? Um poder de mulheres. Podia perceber a existência desta força mas ao mesmo tempo sempre notando olhadas estranhas, nom? Ok, esta pessoa… e nom sendo incluída. Nom por má intençom, nom por hostilidade, só por umha falta de transativismo. E reparei que no ano seguinte vou ter que ser um pouco mais ativa e presente embora nom queira necessariamente fazê-lo. De facto, penso que é um momento mui bom pra mim chegar a um ativismo por necessidade, que é o ativismo mais profundo, nom? E tamém é o ativismo que chega ao 8M, um ativismo de necessidades. O movimento de mulheres.
M: Sim, é verdade. Tamém é ativismo que tu vaias como umha mulher mais e te comecem a ver como tal. Além do ativismo transfeminista. Tamém há um julgamento às feministas de ser perfeitas sempre, e aceitar todo o mundo desde já. Nom ser racista, colonialista, transfóbica… mas além de ser mulher tamém és branca, europeia, galega, de classe média, alta, baixa… ou o que seja e estás atravessada por tudo isso. Às vezes somos mui duras com nós mesmas. Doutros movimentos, vamos, isto nem o valoram…
Totalmente de acordo. É que seria muito mais fácil viver na direita, nom? Sim, neste ano sentia-me muito na parte de fora do movimento, nom?, como estivem na manifestaçom de Ourense, olhando desde fora, sofrendo um ataque de confiança mui forte, nada cómoda, e tal. E penso que no ano seguinte tenho de estar no coraçom pra sentir-me, pra sentir que tenho esta boa gente, que sei que som gente fantástica, sei-no, som mulheres fantásticas, mas quero tê-las arredor de mim, nom? Quero estar na batukada, quero estar no coraçom.
M: Agora o tema do galego, porquê o galego?
Eh, bem o galego pra mim era bastante óbvio, se tés umha história bastante clara como temos eiqui, em Galiza. Umha cultura dominada por umha outra que no momento de falar nunca pode ser neutro. Tés que empregar palavras e as palavras pertencem às línguas. E isto significa algo. E se eu, umha pessoa alheia à Galiza vinhesse e falasse espanhol seria umha indicaçom do que é o espanhol neste lugar. Falar o galego é o mesmo. Pra mim nom é umha questom de gosto… sim que gosto muito da cultura e da língua, sinto-me mui cómoda nela, mas tamém é o correto (a fazer), nada mais, simplesmente isso, é o correto.
M: E o reintegracionismo? Porque isso é dar-lhe mais umha volta … (risos)
Pois tardei bastante. Lim muitos livros. Em resumo é isso. Estudei o tema bastante… porque comecei aprendendo a normativa da RAG, e isto leva a um preconceito natural. Se começas aprendendo umha cousa, internalizas esta cousa como o autêntico, nom? E custa muito superar esta tendência, mas lim muitos livros, muitos argumentos, e mais ou menos os argumentos, como eu o entendo, estam no lado do reintegracionismo. É que quase nom há argumentos contra, é que somente nom argumentam, ocupam um espaço de autoridade mas nom com argumentos elaborados, e já está.
P: De que vai o livro que estás por publicar?
Em resumo, é um livro pra jovens… o lusco-fusco entre jovens e adultos. É novela, umha aventura de fantasia com umha protagonista trans de Londres que esperta um dia em cima dumha massa de gelo num mar congelado. Um mundo mui estranho onde tem que viajar e navegar entre burocratas “sovietes” e “xamans” “genderwild”…
M: Genderwild? De género selvagem?
Género selvagem.
P&M: Wow! Fixe!! Vás criar umha nova categoria de género…. “gender wild”…
Sim, é umha fantasia. E agora mesmo estou quase no ponto de rematar o “first draft”, primeiro esboço dum “queer timetravel western”. Um “western” sobre umha viagem no tempo queer.
P: Que bom! E quem te vai publicar? E quando?
Ah, bem, umha editorial feminista de fantasia e ficçom científica em Seattle.
Ainda nom sei, mas recebim as novas de que querem fazê-lo e bem.
M: E conheces outra gente, com projetos como este ou similares, no rural? E com outra gente de fora da Galiza?
Sim, conheces umha rede que se chama “O rural quer gente”? No ano passado e parece que tamém neste ano nom houvo juntança, mas parece que está mui bem porque há assim vários projetos, conheço vários…Tenho amigues que vivem no rural eiqui tamém… É umha rede um pouco informal. Com gente de fora… nom mui longe de eiqui, em Pantom, há um conjunto de muitos migrantes ingleses, de Holanda tamém… mas eu nom sei muito deles. Eu tinha mui claro que queria integrar-me na cultura de eiqui. Nunca me metim muito nestes círculos estrangeiros. Porque nom entendo por que nom aprendem o idioma? Nom falam bem, nom entendem bem…
M: Tu como te vês daqui a 3 anos, 5 anos… vês-te aqui ou nom te importas com isso?
Ah, nom, eu estou assentada. Se nom podo ficar eiqui mesmo, nesta terra, por motivos de dificuldade, que poderia ser, nom marcharia da Galiza. Encontraria umha maneira de intentar viver com mais gente no rural. Nom tenho outro lugar, realmente estou muito contenta eiqui.